por Michael Caceres
De acordo com pesquisa recente a música gospel é o segundo gênero musical mais rentável do País. A evolução desde os anos 50, quando Elvis Presley já cantava canções evangélicas em homenagem a sua mãe, até o momento atual do gênero no Brasil é espantoso. Além do grande acesso a mídia, hoje os cantores evangélicos contam com programas especiais voltado ao gênero, como o festival Promessas da Rede Globo.
Os sucessos da música caem na boca do povo, coisa que nos anos 50 era raro, até pela dificuldade de composição das músicas religiosas devido ao preconceito contra ritmos e instrumentos, considerados “satânicos” por muitos pastores. Hoje os nomes da música gospel tem ganhado uma repercussão enorme, de dar inveja a cantores seculares que cogitam migrar para o gênero a fim de aumentar suas vendas e melhorar seus cachês. No Brasil o gospel é considerado como salvador da indústria fonográfica.
O último CD Diamante, da cantora Damares, vendeu cerca de 400 000 cópias. É o que vendem cantores como Roberto Carlos, considerado o rei da música secular no país. Em 2010 o mercado gospel faturou 1,5 bilhão de reais.
Sintomático da música gospel é que com o crescimento da popularidade dos cantores cresceu o número de convites para eventos e conferências evangélicas. Diga Paulo César Baruk, que tem uma agenda lotada, com quase todos os finais de semana já programados em eventos e apresentações. Damares também, já está fazendo agenda para 2013 e mantém uma agenda anual lotada.
Porém a crescente participação da música gospel nos meios seculares e a procura por cantores renomados para eventos em igrejas tem levantado um intenso debate entre pastores, teólogos e cantores: O cantor gospel deve cobrar para cantar? Alguns dizem que sim, pois é um trabalho, enquanto muitos acreditam que não, pois se é um chamado, Deus se responsabiliza.
Na madrugada desta segunda-feira (18) cantores e pastores entraram em um intenso debate sobre o tema no Twitter. A cantora Vanilda Bordieri disse que “Nenhum Cantor viaja sem despesas, sem ofertas. E aqui no Twitter querem se aparecer dando moral naqueles que assumem viver da obra. $$$$ eu não A Tá (sic)”. Além disso, para a cantora “quem reclama nunca deu R$ 1,00 pra pagar nenhum cantor, e nunca recebera mais que isso por ser avarento (sic)”.
“Esse bando de frustrados” disse a cantora Célia Sakamoto, irmã da cantora Vanilda Bordieri, “eu Tenho um ministério, mais meus filhos não foram chamados para obra ainda (sic)”, comentou, dando referência de que tinha que sustentar sua família.
Um dos usuários do microblog questionou a cantora Vanilda Bordieri perguntando se era licito estipular preço e quanto Jesus havia cobrado de Jairo? Vanilda respondeu em um tom sarcástico que aquilo era “uma hipocrisia” e que não era uma questão de dom e sim de disposição. Ignorando todas as referências bíblicas citadas por usuários Vanilda questionou: “De graça recebeis de graça dai. O que? Eu não recebo de graça, o meu sapato, o meu arroz, meu feijão. O meu Dom não tem preço. A casa sim”, concluiu.
A cantora Lydia Moises, também entrou no debate e disse que “Se todos nós daremos contas a Deus, deixe isso pra lá, cada um sabe do seu ministério (sic)”. Além disso, a cantora comentou que já recebeu um pastel de oferta em um dos seus convites.
Um dos momentos mais intensos do debate foi quando Vanilda afirmou que Jesus não cobrava nada porque até do peixe tirou dinheiro para o imposto. Neste momento um dos usuários criticou a comparação da cantora, “é verdade Jesus era um desocupado mesmo!”, comentou “desculpe-me a minha franqueza você está se eludindo (sic)”. Ela chegou a dar o número para agenda e comentou que Jesus mandando irá de graça, mas se alguém convidar ela cobra.
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